A história do Cinema Brasileiro

Os pioneiros do cinema brasileiro foram os irmãos Segreto - Affonso e Paschoal - trazendo filmagens da Baía de Guanabara em 1898. Eles também gravaram em São Paulo durante a celebração da Unificação da Itália.

O primeiro cinema no Brasil ficava na Rua do Ouvidor e exibia algumas das filmagens dos Segreto.
A falta de energia elétrica dificultava um pouco e este problema só foi resolvido em 1907, com a implantação da Usina Ribeirão das Lages no Rio. Com isso, o número de salas no Rio aumenta exponencialmente.

No começo os filmes eram apenas documentais. Apenas em 1908, o luso-brasileiro António Leal produziu o primeiro filme brasileiro de ficção: "Os Estranguladores", com 40 minutos.
Em 1914, o primeiro filme de longa-metragem, intitulado "O Crime dos Banhados", de mais de duas horas de duração, foi produzido por Francisco Santos.

O cinema brasileiro enfraqueceu com o Primeira Guerra, acontecendo assim o domínio de produções hollywoodianas. Apenas nas décadas de 20 e 30, revistas de cinema auxiliaram na expansão do cinema nacional.

Nessa época também surgiu o primeiro grande estúdio cinematográfico: Cinédia.
Na década de 40 surge o gênero das "chanchadas", filmes cômicos e musicais com baixo orçamento. Também há a fundação da Atlântida Cinematográfica em 18 de Setembro de 1941, por Moacir Fenelon e José Carlos Burle.

O estúdio Vera Cruz, fundado em 1949, representou o marco da industrialização do cinema brasileiro, seguindo os moldes estadunidenses ao produzir filmes mais sofisticados. Destacando-se o filme "O Cangaceiro" (1953), que foi o primeiro filme brasileiro a ganhar o festival de Cannes.
Em 1950, surgiu a primeira emissora de TV do Brasil, a TV Tupi, onde muitos dos autores do Vera Cruz começaram a atuar.

Na década de 50, nos primórdios do Cinema Novo acontece a estreia de "Rio 40 Graus" de Nelson Pereira dos Santos. O Cinema Novo se consolida focando nas temáticas de cunho político e social. Destacam-se filmes como “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964) e “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” (1968) de Glauber Rocha.

Entre o final da década de 60 e início de 70, surge o Cinema Marginal, mais conhecido como "Údigrudi". Um cinema experimental com caráter radical, como no filme "O Bandido da Luz Vermelha" (1968) de Rogério Sganzerla.

Em 1969 foi criada a Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes), em meio a Ditadura Militar, o governo apoiou a ideia, com o objetivo de usar o cinema como ferramenta de controle estatal. O Estado financiava produções, dando um maior espaço para produções nacionais.

Em São Paulo, no início dos anos 70, produções de baixo custo do movimento "Boca do Lixo" realizaram as pornochanchadas, tendo como base comédias italianas e com grande teor erótico. O gênero sofreu um enorme declínio na década de 80, perdendo seu público para outros filmes eróticos. Apesar disso, alguns filmes como "Dona Flor e seus dois maridos" (1976), de Bruno Barreto, ainda atraíram muita audiência.

Com a chegada do VHS ao Brasil, nos anos 80, aumentaram o número de locadoras no país. Com o final da Ditadura e uma crise econômica, o cinema nacional sofreu. Os produtores não tinham dinheiro para produzir e os espectadores não tinham condições de ir assistir a este filmes. Destaques desta época são: "Jango"(1984), de Sílvio Tendler e "Cabra marcado para morrer" (1984), de Eduardo Coutinho.

A crise se agravou nos anos 90 e apenas na segunda metade da década que o cinema brasileiro conseguiu retomar a sua força com novos filmes. Este período é conhecido como "Cinema de Retomada". Há um aumento na produção de filmes, são criados diversos festivais de cinema no país e também a Secretaria para Desenvolvimento do Audiovisual, implementando a legislação da "Lei do Audiovisual". Alguns dos filmes de mais destaque foram: Carlota Joaquina, Princesa do Brazil” (1994) de Carla Camurati; “O Quatrilho” (1995), de Fábio Barreto; “O Que é Isso Companheiro?”, de Bruno Barreto e “Central do Brasil” (1998).

Já no início dos anos 2000, o cinema nacional conquista novamente um espaço no cenário mundial, com vários filmes recebendo indicações para festivais e Oscar, como “Cidade de Deus” (2002) de Fernando Meirelles; “Carandiru” (2003) de Hector Babenco; “Tropa de Elite” (2007) de José Padilha; e “Enquanto a Noite Não Chega” (2009), de Beto Souza e Renato Falcão.

Louis Oliver, acredita que o cinema brasileiro atualmente é muito voltado para o lado religioso e da comédia. Ele cita produções recentes como "Nosso Lar" (2010), "Hoje eu quero voltar sozinho" (2014) e "Contrato Vitalício" (2016).

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